quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA


PRÉ-ECLÂMPSIA E ECLÂMPSIA




O que é pré-eclampsia?


Damos o nome de pré-eclâmpsia ao disturbio caracterizado pelo aumento da pressão arterial e presença de proteinúria em mulheres grávidas após as 20 semanas de gestação e no puerpério.
É mais comum que apareça logo após as 37 semanas de gravidez, porém pode ocorrer em qualquer época depois da segunda metade da gestação incluindo durante o parto ou num periodo de 48 horas após o parto.
A pré-eclâmpsia ainda pode evoluir para a eclâmpsia que é uma forma grave da doença caracterizada por convulsões, sangramento vaginal e/ou coma, que colocam em risco a vida da mãe e do feto.

Sinais e Sintomas
Pré-eclâmpsia (Também pode ser assintomática).
      • Pressão arterial maior que 140/90.
      • Edema (inchaço) Principalmente nos membros inferiores.
      • Aumento exagerado do peso corpóreo.
      • Proteinuria significativa ( + em fita ou 1,0 g em amostra isolada ou 300 mg em urina em 24 horas).
      • Cefalea.
      • Disturbios visuais.
      • Confusão mental.
      • Dispnea.
Eclâmpsia


    • Convulsão (as vezes precedida por dor de cabeça, de estomago e perturbações visuais).
    • Sangramento vaginal.
    • Coma.
Diagnóstico

O diagnóstico é realizado através dos níveis elevados da pressão arterial, história clinica e o exame de urina para identificar a proteinuria.

Fatores de risco

    • Primigesta (Primeira gestação).
    • Idade < 20 e > 40. (Há diferenças de acordo a literatura seguida).
    • Afrodescendente.
    • História familiar.
    • Doença renal cronica.
    • Hipertensão cronica.
    • Sindrome antifosfolipedea.
    • Diabetes melitus.
    • Gemeos.
    • Obesidade.
    • Homozigose para T235 gene do angiotensinogenio.
    • Heterozigose para T235 gene do angiotensinogenio.



Fatores mais graves
    • Pressão arterial >= 160 x 110mmHg.
    • Proteinúria > 2gr / 24hrs.
    • Creatinina plasmatica > 1,2.
    • Plaquetas < 100 mil.
    • Elevação de transaminases.
    • Sintomas cerebrais.
    • Dor epigástrica.

Conduta a ser tomada:
Encaminhamento imediato ao pronto socorro da maternidade de referencia para alto risco.

Prevenção
Pré-eclâmpsia.
      • Uso de AAS em doses de 100mg por dia, iniciando ao redor das 12 semanas até 35 semanas.
      • Cálcio: Recomendar o aumento da ingestão diaria de calcio (pelo menos 1,0 gr ao dia) para toda a população de gestantes, principalmente as hipertensas crônicas, através da dieta de leite, queijo branco, etc.
Eclâmpsia.
      • Profilaxia para todos as pacientes com pré-eclâmpsia severa usar sulfato de magnésio, para evitar que evolua a eclâmpsia.

Tratamento
O tratamento para pré-eclâmpsia será voltado a controlar a hipertensão arterial e a proteínuria, ademais da paciente ter que manter uma dieta controlada em sal, liquidos, e aumentar a quantidade ingerida em calcio.
A única cura para a pré-eclampsia é o nascimento do bebê, depdendo da idade gestacional, estado da mãe e estado fetal, o médico poderá realizar o parto por cesaria ou através de indução para o parto normal, que pode ser dentro das semanas programadas para o parto ou pré-termo.
Doses de AAS diarias podem ser recomendadas para que ajude em alguns casos a controlar a pressão arterial.
No caso da eclâmpsia, o médico irá analisar a gravidade da pré-eclâmpsia e tentar evitar que evolua para eclâmpsia, já que nessa situação tanto a mãe como o feto estão em risco. Para isso será administrado como primeira linha de tratamento o sulfato de magnésio intravenoso com uma dose inicial de 4g, sendo infundido num periodo de 5-10 minutos, seguido de uma infusão de 1g/hr/24hrs depois do ultimo ataque. Ataques recorrentes devem ser tratado com infusão inicial de 2g e seguindo de 1,5 – 2g /hr/24hrs.

Outros procedimentos
    • Cardiotocografia fetal, para avaliar o batimento cardiaco fetal.
    • Ultrassonografia Transabdominal para avaliar o feto e se está com crescimento comprometido.
    • Ultrassonografia com Doppler para avaliar o fluxo sanguineo.

Prognóstico
No mundo está estimado que a pré-eclâmpsia e a eclâmpsia são responsáveis por 14% das mortes maternas por ano (50.000 a 75.000). Morbidade e mortalidade em pré-eclâmpsia e eclâmpsia estão relacionadas com as seguintes condições:
  • Dinfunção endotelial sistemica.
  • Vasoespasmo e trombose de pequenos vasos que conduz a isquemia do tecido do órgão.
  • Eventos do SNC, como convulções, derrames e hemorragia.
  • Necrose tubular aguda.
  • Coagulopatias.
  • Descolamento prematuro da placenta.

Recomendações
  • Comparecer ao seu médico para fazer um análise clinica geral antes de engravidar.
  • Realizar todos os exames pedidos ao médico durante o periodo de gestação.
  • Não Fumar.
  • Não ingerir bebidas alcoolicas.
  • Diminuir a quantidade de sal nas refeições.
  • Fazer exercicios recomendados de acordo com a idade gestacional.

TESTE DE SCHILLER


TESTE DE SCHILLER

O que é o teste de Schiller.

O teste de Schiller é um exame de diagnóstico que tem como objetivo detectar alterações no epitélio do colo do útero que podem indicar a presença de cancer de colo de útero. Este exame geralmente é realizado durante uma colposcopia, quando o exame de papanicolau mostra alguma anormalidade.

Solução de Schiller.

O teste de Schiller só é possível ser realizado por conta da solução de Schiller, que é uma solução composta de iodo, iodeto de potássio e agua destilada. Na preparação desta solução não são utilizados recipientes de metal ou plastico, devido a reação dos componentes com estes materiais. A solução de Schiller após preparada é sempre mantida em recipientes de vidro âmbar.

Classificação.

Esta solução será aplicada na região a ser analisada, e devido a reação quimica das celulas poderemos obter um teste de Schiller positivo ou negativo.
Quando aplicada, a solução irá tingir as celulas normais, pois estas contém glicogenio em seu interior o que fará com que o iodo seja absorvido. Tingindo todo o tecido de cor castanho, denominando o teste como negativo.
Quando aplicado e nem todo o tecido for tingido, aí será denomanido como negativo e será necessário uma biópsia da região que não foi tingida para analisar se as celulas são benignas ou malignas.

Teste de Schiller Negativo (Células Normais).



Teste de Schiller Positivo (Células Alteradas).

Recomendações:

- Visitar seu ginecologista anualmente ou conforme orientação dele.
- Usar preservativo durante as relações sexuais.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

TESTE DE CAPURRO OU MÉTODO DE CAPURRO


MÉTODO DE CAPURRO OU TESTE DE CAPURRO EM NEONATOLOGIA
AVALIAÇÃO DE IDADE GESTACIONAL

                O método de Capurro é mais uma maneira de se avaliar a idade gestacional de um neonato. Este método funciona avaliando 5 fatores somáticos e 2 fatores neurológicos. Porém a avaliação desse valores em crianças deprimidas, doentes e ou de difícil acesso, fica limitada as variáveis somáticas.

MÉTODO

A - Formação do mamilo
Mamilo pouco visível, sem aréola.
 
 
 
 
0
Mamilo Nítido, aréola lisa, diâmetro < 0,75 cm
 
 
 
5
Mamilo puntiforme, aréola de borda não elevada, diâmetro > 0,75 cm.
 
10
Mamilo puntiforme, aréola de borda elevada, diâmetro maior a 0,75 cm.
15
 
B – Textura da pele
Fina, gelatinosa.
 
 
 
 
0
Fina e lisa.
 
 
 
 
 
5
Algo mais grossa, com discreta descamação superficial.
 
10
Grossa, com sulcos superficiais, descamação de mãos e pés.
15
Grossa, apergaminhada com sulcos profundos.
 
 
20
C – Forma da orelha
Chata, disforme, pavilhão não encurvado.
 
 
0
Pavilhão parcialmente encurvado na borda.
 
 
8
Pavilhão parcialmente encurvado em toda borda superior.
16
Pavilhão totalmente encurvado.
 
 
 
24
 
D – Tamanho da glândula mamaria
Ausencia de tecido mamário.
0
Diametro < 5mm.
 
5
Diametro entre 5 a 10mm.
10
Diametro > 10mm.
 
15
 
E - Sulcos plantares
Ausentes.
 
 
 
 
 
0
Marcas mal definidas na metade anterior da planta.
 
5
Marcas bem definidas na metade anterior e no terço anterior.
10
Sulcos na metade anterior da planta.
 
 
15
Sulcos em mais da metade anterior da planta.
 
 
20
F - Sinal do Xale (posição do cotovelo)
Na linha axilar do lado oposto.
 
 
 
0
Entre a linha axilar anterior do lado oposto a linha média.
6
Ao nível da linha média.
 
 
 
 
12
Entre a linha média e a linha axilar anterior do mesmo lado.
 
18
 
G - Posição da cabeça ao levantar o RN (ângulo cervico-toráxico.
Totalmente deflexionada  = 270°
 
 
 
0
 entre 180 – 270°
 
 
 
 
4
 = 180°
 
 
 
 
 
8
 < 180°
 
 
 
 
 
12
 

 

Para definir a idade gestacional pelo método de Capurro, devemos somar os pontos.

a)      Somático: Somatório dos pontos em A, B, C, D, E + 204 /7.

b)      Somático neurológico: Somatória dos pontos em B, C, D, E, F, G + 200 / 7

Resultado em semanas.

Para recém nascidos com peso de nascimento abaixo de 1500g, utiliza-se o método de Ballard e Cl. Modificado por Constantine e Cl.

 

TESTE DE USHER OU MÉTODO DE USHER


TESTE DE USHER OU MÉTODO DE USHER

                Em neonatologia o teste de Usher ou método de Usher é uma técnica clínica comumente usada para o cálculo indireto a idade gestacional de um recém-nascido.

Idade gestacional

                O método de Usher nos dá resultados generalizados pois avalia somente critérios físicos, bem menos específicos que outros métodos, como o método de Capurro, colocando o recém nascidos em 3 intervalos:

·         Menor de 36 semanas.

·         Entre 37 e 38 semanas.

·         Maior de 38 semanas.

Esses resultados podem estar alterados se houver restrições no crescimento intrauterino.

Este método de Usher avalia 5 critérios no recém-nascido:

Sinais
< 36 semanas
Entre 37 e 38 semanas
> 38 semanas
Dobras plantares
1 ou mais no 1/3 anterior do pé
Dobras em 2/3 anteriores do pé
Dobras em toda a região plantar
Pavilhão auricular
Facilmente dobrável, cartilagem escassa, não volta a posição.
Menos deformável, cartilagem regular, demora a voltar em posição.
Rígido, pouco deformável, Cartilagem grossa, volta rapidamente a posição inicial.
Pelo
Fino, aglutinado, difícil de separar.
Fino, aglutinado, difícil de separar. (Até 37 semanas)
Grosso, individualizável. ( > 38 semanas)
Nódulo mamário
0.5 cm diâmetro
0.5 – 1 cm diâmetro
> 1 cm diâmetro (exceto desnutrido).
Genitais masculinos
Escroto pequeno, poucas rugas, testículo em conduto inguinal.
Escroto intermédio, algumas rugas, testículo no escroto.
Escroto pendular, enrugado, testículo no escroto.
Genitais Femininos
Lábios maiores rudimentares, sobressaem os menores.
Lábios maiores quase cobrem os menores.
Lábios maiores cobrem os menores. Leucorrea ou pseudomenstruação.

 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Classificação de choque hipovolêmico


CLASSIFICAÇÃO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO
CLASSIFICACCION DE SHOCK HIPOVOLEMICO


Perda estimada de sangue*, baseada na condição inicial do doente.

Classe I
Classe II
Classe III
Classe IV
Perda Sanguinea (ml)
Até 750ml
750 – 1500
1500 – 2000
> 2000
Perda Sanguinea ( % Volume sanguineo)
Até 15%
15 – 30%
30 – 40%
> 40%
Frequência de pulso
< 100
> 100
> 120
>140
Pressão Arterial
Normal
Normal
Diminuida
Diminuida
Pressão de pulso (mmHg)
Normal ou aumentada
Diminuida
Diminuida
Diminuida
Frequência respiratória
15 – 20
20 – 30
30 – 40
> 35
Diurese (ml/hr)
> 30ml
20 – 30ml
5 – 15 ml
Desprezivel
Estado Mental / SNC
Levemente Ansioso
Moderadamente Ansioso
Ansioso, confuso
Confuso, letargico
Reposição Volemica
Cristaloides
Cristaloides
Cristaloides + Sangue
Cristaloides + Sangue
  • Para um homem de 70kg.
  • Os parâmetros nesta tabela são baseados na regra “3 pra 1”. Essa regra deriva de observações empíricas pelas quais a maioria dos doentes em choque hemorragico requer 300 ml de solução eletrolitica para cada 100ml de sangue perdido. Aplicando as cegas, esses parâmetros podem resultar em reposição volemica excessiva ou insuficiente. Por exemplo, um doente com esmagamento de extremidade pode ter hipotensão desproporcional a sua perda sanguinea e necessitará de administração liquida superior a regra 3:1. ao contrário, um doente que apresenta perda sanguinea contínua, mas que está sendo reposta por transfusão sanguinea , requer menos do que 3:1. O uso da infusão rápida, com cuidadosa monitoração da resposta do doente pode contornar esses extremos.

    Fonte:
    ATLS, 8 ed., Chicago: American College of Surgeons, 2008. 366p. pag (97).

quarta-feira, 15 de maio de 2013

HIDROCEFALIA



HIDROCEFALIA
Definição:
                A hidrocefalia é o acumulo anormal de liquido céfalorraquideo dentro dos ventrículos intracerebrais ou do espaço aracnóide. É tipicamente associado com dilatação ventricular e aumento da pressão intracraniana; pode ocorrer em crianças (diversas faixas etárias) ou adultos, tendo causas especificas.
                Pode ser classificado como hidrocefalia não obstrutiva ou comunicante e obstrutiva ou não comunicante, dependendo da sua etiologia. Outro termo utilizado é a hidrocefalia ex-vácuo, quando relacionado com atrofia cerebral.
                Hidrocéfalo não comunicante se refere a hidrocefalia que resulta de lesões que obstruem o sistema ventricular e hidrocéfalo comunicante se refere a lesões que afetam e obstruem o espaço subaracnóideo.

                                                                                                                                  
Etiologia:
                - Bloqueio da circulação do liquido cefalorraquideo
                               - Intraventricular
                               - Extraventricular
                - Alterações na drenagem venosa
                - Hipertensão ou trombose dos seios venosos

Etiopatogenia:

Hereditária:
                - Recessiva ligada ao X
                - Estenose do aqueduto de Sylvius
                - Síndromes hereditárias
                               - Osteoporose
                               - Acondroplasia
                               - Klippel-Feil
                               - Esclerose tuberosa
                               - Neurofibromatose

Infecciosa:
                - Toxoplasmose
                - Citomegalovirus
                - Lues
                - Agentes virais
                - Pós-Meningite bacteriana
                - Neurocisticercose

Cistos:
                - Cisto aracnóide
Os cistos aracnóides são lesões congênitas da membrana aracnóide que se expandem com as secreções do fluido cérebro-espinhal. Corresponde a aproximadamente a 1% de todas as lesões intracraniais dos adultos e a aproximadamente 3% nas crianças. Embora 60-90% dos casos relatados fossem encontrados em pessoas jovens é possível encontrá-los em pessoas mais velhas.

O cisto pode ser de vários tamanhos, de muito pequeno, sem efeito de massa ao muito grande, com um efeito de massa e a erosão do osso; alguns são estáveis, outros podem crescer e se expandir. Os lugares mais comuns são na fissura Silviana e na fossa media do crânio (49% dos casos), a cisterna suprasellar (9%).



- Cisto colóide
Um cisto colóide é um saco ou vesícula contendo material gelatinoso no interior do cérebro. É quase sempre encontrado posteriormente ao forame de Monro no aspecto anterior do terceiro ventrículo, originando-se do teto do ventrículo. Devido à sua localização ele pode causar hidrocefalia obstrutiva ou pressão intracraniana.

Manifesta-se na vida adulta, apesar de congênito.
Mais freqüente no III ventrículo.
Causa obstrução do forame de Monro e cefaléia intermitente e postural.



Tumores:
                - Causam obstrução mecânica em algum ponto de via liquórica em especial quando localizados em
                               - Região pineal
                               - III ventrículo
                               - Região suprasellar
                               - Fossa posterior
Anormalidades vasculares
                - Aneurisma de veia de Galeno
Malformação com shunt arteriovenoso na região da veia cerebral magna, causando insuficiência cardíaca, sopro e hidrocefalia por compressão da porção posterior do III ventrículo e aqueduto cerebral.

Síndrome Chiari
A síndrome de Arnold-Chiari, ou má formação de Arnold-Chiari, consiste em uma mal formação rara e congênita do sistema nervoso central, localizada na fossa posterior da base cerebral. Esta malformação possui uma variabilidade de sinais e sintomas sendo que as principais consistem em alterações na estrutura do tronco cerebral e algumas vezes acompanhado de hidrocefalia. A forma mais grave desta patologia consiste na herniação da porção posterior do cerebelo e do tronco cerebral através do foramen magnum, ocorrendo que algumas partes do cérebro alcançam o canal da medula espinhal comprimindo-a.

1)      Herniaçoes das tonsilas cerebelares no interior do forame magno.
2)      Tórcula de Herófilo rebaixada.
Cisto de Dandy-Walker
A síndrome de Dandy-Walker, também chamada de complexo de Dandy Walker, consiste em uma malformação cerebral congênita que acomete o cerebelo e os espaços repletos de líquido circunvizinhos a ele.
Esta síndrome caracteriza-se pela ausência completa ou parcial da região de trás do cérebro situada entre os dois hemisférios cerebelares, denominado verme cerebelar; alargamento do quarto ventrículo; e formação de cistos próximo da base interna do crânio.


Estenose de aqueduto
                - Até 2/3 das hidrocefalias congênitas.
                - Gliose do aqueduto.
                - Obliteração do lúmen por proliferação subependimaria de astrocitos, processo reacional a infecções/inflamações.
                - Forking
                                Canais estreitados lado a lado no plano sagital medial do tronco do encéfalo, de forma que não se comunicam e são separados por tecido normal.


Fisiopatologia
                Após a obstrução da drenagem liquórica, os ventrículos começam a se expandir após 3 a 6 horas. A expansão se deve a produção continua de liquor em um sistema fechado. Inicialmente se dilatam os cornos frontais dos ventrículos laterais, depois occipitais, temporais e por fim o III ventrículo. Ocorre achatamento do epitélio ependimario e abertura das tight-junctions, principalmente à nível do ângulo dos cornos frontais. Vacuolização da camada subependimaria, afastamento do axônios, células gliais e neurônios, caracterizando edema na substancia branca e Transudação transependimaria.

Mecanismos compensatórios
·         Diminuição dos espaços cisternais e subaracnóideo.
·         Disjunção das suturas cranianas
·         Drenagem de liquor para o espaço subaracnóideo raquidiano
·         Redução do volume sanguíneo intracraniano.
·         Compressão do sistema venoso superficial

No período neonatal a hidrocefalia leva a um estado de sofrimento dos constituintes celulares existentes, interferindo na proliferação neuronal. A reconstituição do manto cortical após o tratamento, não resulta em restabelecimento dos elementos celulares e sim da formação de uma cicatriz glial, e do retorno das funções fisiológicas do tecido não lesado.

                Em casos subagudos a velocidade de expansão ventricular é lenta, evoluindo junto com o processo atrófico. Em fase crônica os mecanismos compensatórios podem dissipar o gradiente de pressão ventrículo/cérebro, estabilizando a expansão ventricular.
Hidrocefalia compensada.

Métodos diagnósticos
                Raio X de Crânio
·         Desproporção do crânio.
·         Diátese das suturas.
·         Adelgaçamento dos ossos da calota craniana.
·         Presença de calcificações intracranianas.
Eletro encefalograma
·         Assincronia bilateral do padrão do sono por estreitamento e disrupção das comissuras da linha media.
·         Hidroanencefalia: EEG isoelétrico.
Ultrassonografia
·         Utilizadas em crianças com fontanelas abertas
·         Permite inclusive diagnostico pré natal.
Tomografia computadorizada e ressonância magnética
·         Método de escolha.
·         Demonstra a posição e o tamanho de cada ventrículo, bem como o espaço subaracnóideo da base do crânio e convexidade.
·         Identifica condições associadas (tumores, hemorragias, infecções, etc).

Quadro clinico
·         Aumento do perímetro encefálico em medidas seriadas.
·         Transiluminação positiva quando espessura cortical menor que 1cm.

Crianças
·         Sinais de hipertensão intracraniana.
o   Náuseas/vômitos.
o   Irritabilidade.
o   Cefaléia.
o   Distensão dos vasos do couro cabeludo por inversão do fluxo sanguíneo venoso intra para extracraniano.
o   Adelgaçamento da pele e do couro cabeludo.
o   Disjunção das suturas.
o   Abaulamento das fontanelas.
o   Sinal do pote rachado (Sinal de McEwen).
o   Desvio dos olhos conjugado para baixo (sinal do sol poente).
o   Alterações respiratórias.
Adultos
·         Cefaléia.
·         Náuseas/Vômitos.
·         Dificuldade de concentração.
·         Dificuldade para a marcha.
·         Incontinência urinaria.
·         Sonolência.
·         Edema de papilas ópticas.
·         Confusão mental.
·         Paraparesia.
·         Hiperreflexia.
·         Crises convulsivas.

Tratamento
·         Clinico
o   Pouco sucesso, basicamente visa reduzir a produção liquorica.
§  Acetazolamida 250mg vo de 8/8hrs.
§  Furosemida 40 – 80 mg/d.
·         Derivaçoes ou shunts intracranianos
o   III ventriculostomia endoscópica.
o   Derivação ventrículo cisternal.
o   Indicados somente em casos de hidrocefalia obstrutiva onde existe espaço subaracnóideo permeável e mecanismo de absorção liquorica intacto.
·         Derivações extra cranianas
o   Ventrículo peritoneal.
o   Ventrículo atrial.
o   Com interposição de válvulas com fluxo unidirecional.
                                                                       
Fontes